CRÍTICA A AUTOCRÍTICA

Análise sobre o que chamam de autocrítica

5/17/20252 min read

CRÍTICA A AUTOCRÍTICA

Desde a época do ápice da Lava-Jato, com o Lula preso comecei a ouvir um termo, um conceito que sempre me pareceu sem sentido, colocado de uma forma que me incomodava, que instintivamente me parecia uma cobrança mal-intencionada disfarçada para ocultar o real propósito da exigência. Essa cobrança era chamada de autocrítica.

Era um tal de: “você precisa fazer uma autocrítica” uma espécie de busca forçada por um “mea culpa” para provar para os seus algozes que é humilde, não tem soberba de se achar perfeito e dono da razão. Para mim, isso sempre pareceu uma armadilha óbvia, mas me surpreendi com tantos (inclusive eu) que pulavam ingenuamente nesta arapuca.

Analisando com mais calma os casos dessa cobrança, eu vou tendendo, cada vez mais, a acreditar que a tal da autocrítica cobrada e requisitada não passa de uma trapaça no embate e debate, um golpe baixo pra derrubar o adversário e vou dizer os elementos que me levam a esse entendimento.

Começa pela incoerência e discrepância de quem exige a autocrítica alegando que isso possa ser benéfico e construtivo e só a cobra de quem está atacando e/ou pretende atacar e nunca de quem segue e compartilha ideais, nunca usou a alegada autocrítica demonstradora de qualidades para ninguém que admira como critério para o que alega aos outros e nem muito menos a si mesmo.

Também deixa claro que a intenção é “ad hominem”, ou seja, quer criticar e prejudicar a pessoa e não importa por qual motivo (que venha a ser apresentado) já que não se ataca a ideia e sim a pessoa que possa ser culpada por ela.

E com a mesma disfunção daquelas perguntas clichês e patéticas de entrevista de emprego (Qual é seu maior defeito?) onde se espera uma falácia manipuladora na resposta (dizer uma qualidade de forma que soe como um defeito) nem se espera sinceridade e verdade da resposta (a autocrítica) só um caminho para o propósito velado da exigência.

Portanto eu pessoalmente (posso estar certo ou errado) entendo que a tal da exigência de autocrítica dos adversários se trata apenas de um artifício desonesto e limitado (de cognição e habilidade) daqueles que querem atacar alguém, mas por incapacidade e/ou preguiça não conseguem argumentos e fatos para atacar seus adversários e esperam que a própria vítima forneça a munição para eles. Tanto que esse conceito se espalhou e popularizou quando o Lula estava preso sem provas e nem crime e por não conseguirem argumentos contra ele tentavam que ele mesmo os formulasse.

E, por mais que digam que: “se conselho fosse bom, não seria grátis” ( o que é mais uma falácia, já que o que mais se vê por aí são coachings picaretas cobrando fortunas pelos conselhos mais toscos e inúteis) meu conselho para quem recebe uma exigência de autocrítica é responder com: “Não! É você quem quer me criticar, você que se vire pra arrumar os argumentos”. Ou, se quiser ser um pouco mais radical, cite uma crítica ao seu algoz e depois mostre que o erro é dele. Pois se você cair nessa armadilha, pode ter certeza absoluta que os argumentos que fornecer vão ser usados, sem receio, pra te atacar, prejudicar e derrubar, afinal esse é o real objetivo dessa exigência.